Segundo o excelente artigo de Victor Keegan do The Guardian ("Virtual worlds are getting a second life") O futuro será dos mundos virtuais.
Abaixo segue o post traduzido pelo experiente especialista em Social Media, o professor Paulo Frias , investigador em Ciências da Comunicação na Universidade do Porto/Portugal.
"Virtual worlds are getting a second life"
"Ultimamente não temos ouvido falar muito dos chamados mundos virtuais como o Second Life, onde podemos dar umas voltas com o nosso próprio avatar. Os críticos devem estar na expectativa que tenham desaparecido no seu próprio éter. Na verdade estão em franco crescimento. A empresa de consultoria KZero apresentou o relatório relativo ao segundo trimestre de 2009 e revela que os mundos virtuais cresceram cerca de 39%, para um número total de utilizadores perto dos 579 milhões. Nem todos estes utilizadores estão ativos mas não consigo pensar em nada, nem em nenhum lugar, que tenha crescido tanto nestes tempos de recessão.
Há outra curiosidade: Facebook e Twitter estão no céu, mas nenhum deles encontrou ainda uma forma de fazer dinheiro - enquanto que mundos virtuais como World of Warcraft, Entropia Universe, Habbo Hotel, Club Penguin e Second Life são rentáveis porque os seus modelos de negócio, têm como base, a mistura entre assinaturas e micro-pagamentos, uma fórmula que outros websites, incluindo os jornais, morrem de inveja para ter e desenvolver. O Twitter faz barulho, enquanto o Second Life faz dinheiro.
Se acha que os mundos virtuais estão encolhendo, comece a prestar atenção nos números. A quase totalidade deste crescimento de 39% vem através das crianças. As meninas cresciam brincando com as suas bonecas; agora crescem brincando com os seus avatares. Esta realidade não é percebida nos relatórios porque estes utilizadores não lêem jornais, mas, segundo a KZero, apenas o site Poptropica.com - destinado às crianças dos 5 aos 10 anos, tem cerca de 76 milhões de utilizadores registados.
(...)
Caso o link não funcione, clique aqui
Está cada vez mais claro que as crianças da atualidade, quando crescerem, procurarão formas mais sofisticadas de participação às redes sociais existentes como Facebook ou Myspace, utilizando mundos virtuais mais imersivos.
O telefone foi uma experiência de um para um; o e-mail ligou amigos e colegas; o Facebook ampliou esta ligação entre você e os amigos dos seus amigos, mas os mundos virtuais - assim como o Twitter faz de outra forma - oferecem a oportunidade de ligação a qualquer pessoa no mundo que partilhe os mesmos interesses que você.
(...)
Apenas uma pequena parte dos 19 milhões de utilizadores registados (no Second Life) está ativa, mas este mundo virtual é ainda o principal laboratório criativo deste tipo de mundos. As instituições percebem sua utilidade para reuniões internacionais ou para recrutar pessoal, e os educadores podem criar inúmeras e interessantes experiências, incluindo o ensino de outras línguas.
(...)
Com o rápido avanço da tecnologia e uma nova geração de utilizadores em fase de crescimento, em breve ter um avatar seja lá em qual mundo virtual for será uma coisa natural, aos mundos virtuais não existe outra solução que não seja o crescimento.
Provavelmente não se chamarão mundos virtuais, talvez já farão parte da vida real."
Origem: Victor Keegan no The Guardian Traduzido por Paulo Frias