Wednesday, August 27, 2008

Raposa Serra do Sol – Questão de Índio?

O Supremo começa a decidir hoje a espinhosa questão de Raposa Serra do Sol. Fiz um clipping a respeito do assunto no blog do Reinaldo Azevedo abaixo. Acredito que a questão em julgamento, já deveria a muito estar decidida. Afinal o Brasil foi descoberto pelos portugueses a mais de 500 anos.

Acredito que os índios queiram a modernidade e usufruam dela. Mas o mais importante é definir se queremos viver como há 500 anos ou não. Imaginem que atualmente com realidade virtual e tudo, existem aqueles que defendem a existência de brasileiros vivendo em malocas. Índios também são brasileiros e merecem viver em casas! Além disso, como garantir um futuro para população brasileira?

A questão parece simples, mas é extremamente complexa, sem falar de polêmica. O que está em jogo é qual o direito que a constituição garante para índios, negros, brancos, mestiços, em fim a todos os brasileiros. Querido leitor convido você a ler sobre o assunto, refletir e expressar sua opinião.

Abaixo texto e vídeo transcritos do blog do Reinaldo Azevedo. Um pouco de “Real Life” dentro do Second Life! Beijos e boa reflexão. Deus abençoe o Supremo para que julgue com sabedoria.




É bom que nos lembremos sempre: o que está na origem da pendenga é a tentativa do governo e de ONGs, que representam a minoria dos índios que vivem na área, de expulsar da região arrozeiros que ocupam não mais do que 0,7% de incríveis 1,7 milhão de hectares. No que é uma estreita faixa de terra, dado o conjunto, produzem quase 160 mil toneladas de arroz. Ainda que se mantenha a demarcação contínua de Raposa Serra do Sol, por que eles têm de sair?

Alguém poderia se apressar e responder: “Porque a terra é dos índios”. A rigor, toda a terra brasileira é. Aquele pedaço de Roraima pertence, CONSTITUCIONALMENE, à União. Quem definiu que se deveria estabelecer ali uma reserva contínua não foi a natureza, mas a política.

É uma política obviamente errada porque responde com uma mistificação à realidade: da forma como foi demarcada a reserva, até parece que os poucos milhares de índios que ali vivem — algo entre 12 mil e 17 mil, ninguém sabe — são nômades e não-aculturados. E isso é obviamente falso. Há índios pecuaristas; há índios universitários; há índios que trabalham nas fazendas de arroz; há índios operários; há índios agricultores; há índios casados com brancas, mestiças e negras; há índias casadas com brancos, mestiços e negros; há índios católicos; há índios evangélicos...
Estamos falando de um pedaço do Brasil que é... um pedaço do Brasil (!!!), não um experimento perturbado de alguns Rousseaus de si mesmos espalhados na reserva.

No dia 4 de agosto, escrevi o texto que segue abaixo, em azul. Acho que estão postas aí as linhas gerais do que está em debate. Publiquei também o vídeo que está lá no alto, que demonstra como é que o estado de direito foi filtrado e corrompido pela militância política em Roraima.

Até aí, nenhuma novidade. Vale a pena ver o vídeo todo para ressaltar o ridículo de Tarso Genro e de seus homens de preto. Mas uma passagem, em especial, merece ser apreciada: a invasão da Fazenda Canadá, a partir de 6min31s. Os agentes chegam, e se trava, então, o seguinte diálogo:

PROPRIETARIO – Tem mandado judicial?
POLICIAL – Negativo.
PROPRIETÁRIO – Não tem mandado judicial?
POLICIAL – Não temos mandado judicial.
PROPRIETÁRIO – Então eu não vou permitir vocês entrarem sem mandado judicial.
POLICIAL – Então nós vamos entrar à força.
PROPRIETÁRIO – Perfeitamente.
POLICIAL – Como está sendo feito em outras propriedades também.
SEGUNDO POLICIAL – O sr. pode esclarecer como o sr. vai resistir a isso?
PROPRIETÁRIO – Posso, posso, eu vou resistir...
SEGUNDO POLICIAL – Como?
PROPRIETÁRIO – Eu vou resistir dentro da legalidade, na Justiça.
SEGUNDO POLICIAL – O sr. vai resistir de alguma outra forma?
PROPRIETÁRIO – Eu vou resistir dentro da legalidade, na Justiça.
SEGUNDO POLICIAL – Ok. Tudo bem.
E os meganhas cortam o cadeado e invadem a fazenda. Sem mandado judicial.

O diálogo acima é por demais eloqüente. Dispensa grandes considerações Observem, se vocês quiserem um motivo adicional para indignação, que, mesmo depois de o proprietário ter deixado claro que vai resistir na Justiça, há uma espécie de provocação, tentando induzi-lo a dizer algo que caracterize resistência ativa à ação policial — o que, certamente, levaria a PF a fazer o que fez com outro fazendeiro: meter-lhe algemas nos braços.

Este é o estado policial de Tarso Genro. Como vocês bem sabem, a questão tramitava e tramita na Justiça, e os agentes federais jamais poderiam ter invadido uma propriedade sem mandado judicial. Como? “Não é propriedade”? “É tudo dos índios”? A questão, reitero, está sub judice. É mais um abuso de autoridade patrocinado pelo ministro da Justiça.

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